Qualidade físico-química e microbiológica de leite cru refrigerado na Região Sudoeste da Bahia

Autores

  • Camila Carvalho Alves Universidade Federal da Bahia
  • Carolline Cruz da Silva Universidade Federal da Bahia https://orcid.org/0000-0002-9699-3830
  • Rhaissa Amaral Figueiredo Lopes Faculdade de Tecnologia e Ciências
  • Ana Paula Steffens Universidade Federal da Bahia https://orcid.org/0000-0002-4454-3387
  • Fábia Giovana do Val de Assis Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa
  • Patrícia Lopes Leal Universidade Federal da Bahia https://orcid.org/0000-0002-6151-334X

DOI:

https://doi.org/10.54372/sb.2023.v18.3254

Palavras-chave:

Microbiologia do leite. Resíduo de antibiótico. Produtor rural.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de amostras de leite cru refrigerado provenientes de 18 fazendas situadas na região do município de Vitoria da Conquista, Sudoeste da Bahia, Brasil. Avaliações quanto à contagem padrão em placas de bactérias mesófilas, bactérias psicotrópicas seguiram metodologia convencional proposta pela Instrução Normativa nº 62/2003 do MAPA. Os parâmetros físico-químicos (acidez titulável em graus Dornic, estabilidade ao álcool alizarol, índice crioscopico) foram avaliados segundo metodologia convencional recomendada pelo Instituto Adolfo Lutz. As análises de gordura, proteína, extrato seco desengordurado (ESD), densidade a 15 °C, foram realizadas utilizando um analisador de leite ultrassônico. Além das características físico-químicas e microbiológicas avaliadas, foi verificada a presença de resíduos dos antibióticos utilizando kits de detecção de penicilina G, tetraciclina, clortetraciclina e oxitetraciclina. Os resultados apontaram presença de mesofilos em valores acima do estabelecido (3,0 x 105 UFC/mL) em 50% das amostras de leite cru refrigerado e, aproximadamente, 11% das amostras foram positivas para presença de resíduo de antibiótico. Para os parâmetros acidez, crioscopia, extrato seco desengordurado, estabilidade ao álcool alizarol, foram detectadas irregularidades em pelo menos 11,11% das amostras de leite cru refrigerado. Os resultados indicaram a necessidade de tomada de medidas preventivas, como, por exemplo, a instrução e qualificação de profissionais que lidam diretamente com o gado leiteiro para maiores garantias da qualidade do leite cru refrigerado.

Biografia do Autor

Camila Carvalho Alves, Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal da Bahia, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Vitória da Conquista/BA, Brasil. E-mail: alves.camila@yahoo.com.br

Carolline Cruz da Silva, Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal da Bahia, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Vitória da Conquista/BA, Brasil. E-mail: carollinecruzs@gmail.com

Rhaissa Amaral Figueiredo Lopes, Faculdade de Tecnologia e Ciências

Faculdade de Tecnologia e Ciências, Vitória da Conquista/BA, Brasil. E-mail: rha.amaral@gmail.com

Ana Paula Steffens, Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal da Bahia, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Vitória da Conquista/BA, Brasil. E-mail: anapaula.steffens@gmail.com

Fábia Giovana do Val de Assis, Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa

Centro Tecnológico de Desenvolvimento Regional de Viçosa, Ecossuloçoes Ltda, Viçosa/MG, Brasil. E-mail: fabia@ecossolucoes.net

Patrícia Lopes Leal, Universidade Federal da Bahia

Universidade Federal da Bahia, Instituto Multidisciplinar em Saúde, Vitória da Conquista/BA, Brasil. E-mail: lealpat@yahoo.com.br

Referências

(1) MROS, S. et al. Comparison of the bioactivity of whole and skimmed digested sheep milk with that of digested goat and cow milk in functional cell culture assays. Small ruminant research, v. 149, p. 202–208, 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.smallrumres.2017.02.018.

(2) HANDFORD, C. E. et al. Impacts of Milk Fraud on Food Safety and Nutrition with Special Emphasis on Developing Countries. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety, v. 15, n. 1, p. 130–142, 2016. DOI: 10.1111/1541-4337.12181.

(3) BRASIL. Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA). Instrução Normativa nº 62 de 29/12/2011. Instrução Normativa n.62, de 29 de dezembro de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, Distrito Federal, 30 de dezembro de 2011. Seção 1. Disponível em: http://www.apcbrh.com.br/files/IN62.pdf.

(4) GUERREIRO, P. K. et al. Qualidade microbiológica de leite em função de técnicas profiláticas no manejo de produção. Ciência e Agrotecnologia, v. 29, n. 1, p. 216-221, 2005. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-70542005000100027.

(5) SILVA, R.M.; SILVA, R.C.; RIBEIRO, A.B. Resíduos de antibióticos em leite. SaBios: Rev. Saúde e Biol., v.7, n.1, p.30-44 2012. Disponível em: http://revista2.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios2/article/view/923

(6) RECHE, N. L. M. et al. Multiplicação microbiana no leite cru armazenado em tanques de expansão direta. Ciência Rural, v. 45, n. 5, p. 828-334, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20140542.

(7) RIBEIRO NETO, A.C.; BARBOSA, S.B.P.; JATOBÁ, R.B.; SILVA, A.M.; SILVA, C.X.; SILVA, M.J.A.; SANTORO5 K.R. Qualidade do leite cru refrigerado sob inspeção federal na região Nordeste. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.64, n.5, p.1343-1351, 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-09352012000500035.

(8) NASCIMENTO, Gislene Garcia Franco do; MAESTRO, Vanessa; CAMPOS, Mara Silvia Pires de. Ocorrência de resíduos de antibióticos no leite comercializado em Piracicaba, SP. Revista de Nutrição, v. 14, n. 2, p. 119-124, 2001. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732001000200005.

(9) BELTRÁN, M. C. et al. Detection of antibiotics in sheep milk by receptor-binding assays. International dairy journal / published in association with the International Dairy Federation, v. 34, n. 2, p. 184–189, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.idairyj.2013.09.006.

(10) NERO, L. A. et al. Resíduos de antibióticos em leite cru de quatro regiões leiteiras no Brasil. Food Science and Technology, v. 27, n. 2, p. 391-393, 2007. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612007000200031.

(11) FERREIRA, A. R. P. et al. Resíduos de antibióticos em leite in natura utilizado para processamento em laticínio localizado no município de Teresina–Piauí. Acta Tecnológica, v. 9, n. 1, p. 9-12, 2014. Disponível em: http://portaldeperiodicos.ifma.edu.br/index.php/actatecnologica/article/view/153.

(12) RODRIGUES, M. X.; DALL’AGNOL, L.; BITTENCOURT, J. V. M. Levantamento da Ocorrência de Resíduos de Antibióticos em Leite Cru Produzido na Região dos Campos Gerais, Paraná. Journal of Health Sciences, v. 14, n. 4, 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.17921/2447-8938.2012v14n4p%25p.

(13) ZENEBON, O.; PASCUET, N. S.; TIGLEA, P. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. São Paulo: Instituto Adolfo Lutz, 2008. 1020p. Disponível em: http://www.ial.sp.gov.br/resources/editorinplace/ial/2016_3_19/analisedealimentosial_2008.pdf.

(14) ZOCCAL, R.O. Brasil produziu 30 bilhões de litros em 2010. Panorama do Leite, Ano 6, n.62, 2012. Disponível em: em: <http://www.cileite.com.br/content/o-brasil-produziu-30-bilh%C3%B5es-de-litros-em-2010 >.

(15) McCRAE, C.H.; MUIR, D.D. Heat stability of milk. In: HEAT- Induced changes in milk. 2nd. ed. Brussels: IDF, 1995, p.206-230.

(16) SANDA, A. C. M. M. et al. Características do leite cru consumido pela população de Pires do Rio-GO. Clinical & Biomedical Research, v. 33, n. 2, 2013. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/article/view/37832/27229.

(17) FAGNANI, R. et al. Alterações na densidade e crioscopia do leite pela adição de diferentes concentrações de citrato e fortificante. Revista Caatinga, v. 27, n. 4, p. 208–215, 2014. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=237132753025.

(18) SALES, D. C. et al. Relationship between mozzarella yield and milk composition, processing factors, and recovery of whey constituents. Journal of dairy science, v. 100, n. 6, p. 4308–4321, 2017. DOI: https://doi.org/10.3168/jds.2016-12392.

(19) JÚNIOR, J. C. R. et al. Avaliação da qualidade microbiológica e físicoquímica do leite cru refrigerado produzido na região de Ivaiporã, Paraná. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 68, n. 392, p. 5-11, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.5935/2238-6416.20130022.

(20) FRANÇA, A. I. M. et al. Qualidade do leite cru refrigerado granelizado coletado no sudoeste goiano. Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes, v. 70, n. 6, p. 316–325, 2017. DOI: http://dx.doi.org/10.14295/2238-6416.v70i6.489.

(21) PINTO, C. L. O. et al. Qualidade microbiológica de leite cru refrigerado e isolamento de bactérias psicrotróficas proteolíticas. Food Science ans Technology, v. 26, n. 3, p. 645-651, 2006. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612006000300025.

(22) SHITANDI, A.; KIHUMBU, G. Laboratory evaluation of the improved tube test detection limits for b-lactam residues in Kenyan milk. African Journal of Biotechnology, Nairobi, v. 3, n. 1, p. 82-87, 2004. DOI: https://doi.org/10.5897/AJB2004.000-2015.

(23) MORAIS, C. M. Q. J. et al. Presença de resíduos de antibióticos em leite bovino pasteurizado. Food Science and Technology, v. 30, supl.1, 2010. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-20612009005000002.

Downloads

Publicado

2023-04-14

Como Citar

Carvalho Alves, C., Cruz da Silva, C., Amaral Figueiredo Lopes, R., Steffens, A. P., do Val de Assis, F. G., & Lopes Leal, P. (2023). Qualidade físico-química e microbiológica de leite cru refrigerado na Região Sudoeste da Bahia. SaBios-Revista De Saúde E Biologia, 18(1), 1–8. https://doi.org/10.54372/sb.2023.v18.3254

Edição

Seção

Artigo original