VARIAÇÕES ECOMORFOLÓGICAS INTRAESPECÍFICAS EM ASTYANAX ALTIPARANAE GARUTTI & BRITSKI, 2000 DE UM RIACHO NEOTROPICAL

Autores

  • Rogerio Fernandes Hanisch Programa de Pós-graduação em Ecologia de ambientes Aquáticos Continentais
  • Fabio Teruo Mise Programa de Pós-graduação em Ecologia de ambientes Aquáticos Continentais
  • João Paulo Alves Pagotto Programa de Pós-graduação em Ecologia de ambientes Aquáticos Continentais

Palavras-chave:

ecomorfotipos, degradação ambiental, alto Rio Paraná, Characiformes, adaptação.

Resumo

Este estudo teve como objetivo averiguar a ocorrência de modificações ecomorfológicas na população de Astyanax altiparanae ao longo de um gradiente longitudinal de alterações antrópicas do Riacho Caracu, afluente da margem esquerda do Rio Paraná, localizado próximo a cidade de Porto Rico, Paraná, Brasil. Nesse corpo d’água, o trecho superior é caracterizado por um alargamento artificial que funciona como bebedouro de água para o gado presente na região, propiciando redução na velocidade da água. Por outro lado, os trechos médio e inferior, com suas características físicas e químicas mais bem preservadas, são caracterizados pela presença de rápidos e corredeiras. A hipótese testada foi de que o gradiente de alterações ambientais decorrentes das alterações antrópicas produz respostas adaptativas em nível intraespecífico, resultando na seleção de diferentes ecomorfotipos dentro de uma mesma população. Índices ecomorfológicos foram obtidos a partir de medidas morfométricas lineares e das áreas das estruturas morfológicas de indivíduos adultos. A identificação dos padrões de variação morfológica foi realizada por meio de análise discriminante canônica e a significância desses padrões testada pela análise de variância multivariada (MANOVA). Ambas as análises demonstraram existir divergências ecomorfológicas significativas dos indivíduos do trecho superior em relação aos demais, sobretudo quanto às maiores proporções da cabeça, área dos olhos, altura do corpo e área da nadadeira anal, características que tendem a propiciar maior capacidade de manobrabilidade e melhor desempenho em hábitats lênticos. Portanto, os resultados do estudo confirmaram a hipótese inicial, sugerindo uma influência das características do hábitat sobre os padrões de diversificação ecomorfológica intraespecífica.

ABSTRACT

The objective of this study was to analyze whether the longitudinal gradient of environmental condition from the Caracu Stream (a tributary of Paraná River) has significant influence on ecomorphological patterns in a population of Astyanax altiparanae. An artificial enlargement used by the livestock to drink water characterizes the upper stretch of this stream, and promotes a decrease in water velocity. On the other hand, the middle and lower stretch have their environmental conditions more preserved. The proposed hypothesis was that the gradient of environmental changes resulted from anthropogenic alterations lead to adaptive responses in intraspecific level, promoting a selection of different ecomorphotypes. Ecomorphological indexes were calculated from linear morphometric measures and areas of morphological traits taken from adult fish. The characterization of the ecomorphological patterns was performed by a canonical discriminant analysis, whereas the significant difference of these patterns was calculated by a multivariate analysis of variance (MANOVA). Both analysis provided evidences of significant ecomorphological divergences between fish collected in the upper stretch and those from other habitats, especially related to the proportions of head, eye area, body height and anal fin area. The highest values of these morphological traits tend to promote greater capacity of manoeuvrability and a higher performance in lentic habitats. Therefore, the results corroborate the presupposed hypothesis, evidencing the influence of environmental condition on the intraspecific ecomorphological patterns.

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Publicado

2014-11-27

Como Citar

Hanisch, R. F., Mise, F. T., & Pagotto, J. P. A. (2014). VARIAÇÕES ECOMORFOLÓGICAS INTRAESPECÍFICAS EM ASTYANAX ALTIPARANAE GARUTTI & BRITSKI, 2000 DE UM RIACHO NEOTROPICAL. SaBios-Revista De Saúde E Biologia, 9(3), 23–36. Recuperado de https://revista2.grupointegrado.br/revista/index.php/sabios/article/view/1466

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Artigo original